quinta-feira, 31 de março de 2011

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Depoimentos


Aconteceu com um amigo meu. Ele todo dia dava no amigo dele na escola. Ele começava a rejeitar ele. Brincava e quando o amigo dele pedia para brincar ele “morgava” o jogo e deixava o menino muito triste. Mas no dia os outros meninos começavam a rejeitar ele como ele rejeitava o ex-amigo dele. Ele provou do próprio remédio.
                                                             Douglas

Olá! Eu sou Lorena e estou aqui para falar de um caso de bullying. Falando de um colega meu que todas dizem que ele é gay. Todos os dias os garotos da minha rua abusam ele de várias coisas horríveis. Por exemplo: “frango”, “boiola”, “fresco”, “gay”, “dorme na caixa” e várias outras coisas. Ele fica tão triste que às vezes ele chorava. Um dia ele vinha andando e as meninas fizeram um corredor e quando ele passou as garotas deram nele. Ele com medo pediu a mãe dele para nunca mais ir a escola e nem sair de casa. Ele ficou tão traumatizado que ele e sua família se mudaram. Seu nome era Tel. Essa é a minha redação sobre bullying.
                                                       Lorena Thais da Costa Batista da Silva

 Eu me lembro de vários casos de bullying. Um deles foi quando eu estudava do pré a primeira série. Um aluno da sala onde eu estudava era muito humilhado todo dia de “peidão”, “cabelo de tuim” e muitos outros apelidos. Era muita humilhação. Eu vou citar outro caso com uma menina. Ela era chamada de “piolhenta”, “macaca”, “carvão”. Outra coisa ridícula da parte dos alunos que abusavam tanto ela quanto o menino que falei.                        
                                                             Messias Luiz Henrique
 Eu tinha uma colega chamada Mikaele. Ela tem o cabelo crespo e por isso ela era chamada de “cabelo-de-cuscuz”. Todos os dias dentro da sala de aula e até na hora do recreio. Isso era desprezível porque isso não se faz com ninguém. Tinha dia que ela chegava a chorar. Por causa disso ela saiu da escola, porque ela não agüentava mais e por isso ela saiu da nossa escola. Eu gostava muito dela, mas eu não posso fazer nada... A vida é assim “cheia de altos e baixos”.
Kaynara de Souza 
 Quando eu era segunda série eu presenciei um caso de bullying. Foi comigo. Eu usava óculos e alguns alunos da sala de aula tinham um costume que sempre que me viam me chamavam de quatro olhos. Eu ficava com raiva e dizia a professora. Ela reclamava, mas não adiantava. Até que um dia resolvi parar de usar óculos. Minha mãe mandava eu ir para a escola com os óculos. Minha avó me levava para a escola, mas quando eu chegava na sala de aula eu tirava os óculos quando saia botava de novo, depois eu parei de usar até hoje. Agora minha mãe quer comprar outro. Eu vou usar. Agora de vez em quando me chamam de gorda ou baleia.
Isabelle Christine Araújo


 Tinha uma menina, que sempre que ela ia pra escola as meninas puxavam o cabelo dela. Elas diziam que o cabelo dela era ruim. E todo santo dia era assim. Ela abusavam a menina e a menina ficava muito triste. Ela dizia pra mãe e o pai dela. Eles foram na escola, falaram com a diretora e com as meninas. Mas não adiantou. As meninas continuaram a xingar e a puxar o cabelo da menina e ela passou um mês sem ir para a escola. Ela pedia muito para sair da escola, mas estava na metade do ano e a mãe dela não queria botar ela em outra escola. A menina continuou a ir para a escola e elas continuaram. Passou uma semana e a mesma coisa. Na próxima a menina não agüentou mais e quando chegou em casa ela se suicidou .
Gabriela Stefane de Freitas
Eu tinha uma amiga chamada Mikaelly. Todo o dia que ela chegava na escola os meninos esculhambavam ela . Chamavam ela de: “cabelo-de-cuscuz”; de “perna podre”, porque a unha dela estava encravada; e de “Olívia Palito”, porque ela era muito magra. Ai ela cansou de ser esculhambada e saiu do colégio porque ela estava cansada de ser maltratada pelos colegas.
Diana Maria 




O que é Bullying?E onde ocorre?





• O que é Bullying?

O termo BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais, que tornam possível a intimidação da vítima.

Por não existir uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas as situações de BULLYING possíveis, o quadro, a seguir, relaciona algumas ações que podem estar presentes:

Colocar apelidos
Ofender
Zoar
Gozar
Encarnar
Sacanear
Humilhar Fazer sofrer
Discriminar
Excluir
Isolar
Ignorar
Intimidar
Perseguir
Assediar
Aterrorizar
Amedrontar
Tiranizar
Dominar Agredir
Bater
Chutar
Empurrar
Ferir
Roubar
Quebrar pertences

• E onde o Bullying ocorre?

O BULLYING é um problema mundial, sendo encontrado em toda e qualquer escola, não estando restrito a nenhum tipo específico de instituição: primária ou secundária, pública ou privada, rural ou urbana. Pode-se afirmar que as escolas que não admitem a ocorrência de BULLYING entre seus alunos, ou desconhecem o problema, ou se negam a enfrentá-lo.

De que maneira os alunos se envolvem com o Bullying?

Seja qual for a atuação de cada aluno, algumas características podem ser destacadas, como relacionadas aos papeis que venham a representar:

- alvos de Bullying - são os alunos que só sofrem BULLYING;

- alvos/autores de Bullying - são os alunos que ora sofrem, ora praticam BULLYING;

- autores de Bullying - são os alunos que só praticam BULLYING;

- testemunhas de Bullying - são os alunos que não sofrem nem praticam Bullying, mas convivem em um ambiente onde isso ocorre.

Os autores são, comumente, indivíduos que têm pouca empatia. Freqüentemente, pertencem a famílias desestruturadas, nas quais há pouco relacionamento afetivo entre seus membros. Seus pais exercem uma supervisão pobre sobre eles, toleram e oferecem como modelo para solucionar conflitos o comportamento agressivo ou explosivo. Admite-se que os que praticam o BULLYING têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delinqüentes ou criminosas.

Os alvos são pessoas ou grupos que são prejudicados ou que sofrem as conseqüências dos comportamentos de outros e que não dispõem de recursos, status ou habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos contra si. São, geralmente, pouco sociáveis. Um forte sentimento de insegurança os impede de solicitar ajuda. São pessoas sem esperança quanto às possibilidades de se adequarem ao grupo. A baixa auto-estima é agravada por intervenções críticas ou pela indiferença dos adultos sobre seu sofrimento. Alguns crêem ser merecedores do que lhes é imposto. Têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos. Muitos passam a ter baixo desempenho escolar, resistem ou recusam-se a ir para a escola, chegando a simular doenças. Trocam de colégio com freqüência, ou abandonam os estudos. Há jovens que estrema depressão acabam tentando ou cometendo o suicídio.

As testemunhas, representadas pela grande maioria dos alunos, convivem com a violência e se calam em razão do temor de se tornarem as "próximas vítimas". Apesar de não sofrerem as agressões diretamente, muitas delas podem se sentir incomodadas com o que vêem e inseguras sobre o que fazer. Algumas reagem negativamente diante da violação de seu direito a aprender em um ambiente seguro, solidário e sem temores. Tudo isso pode influenciar negativamente sobre sua capacidade de progredir acadêmica e socialmente.

• E o Bullying envolve muita gente?

A pesquisa mais extensa sobre BULLYING, realizada na Grã Bretanha, registra que 37% dos alunos do primeiro grau e 10% do segundo grau admitem ter sofrido BULLYING, pelo menos, uma vez por semana.

O levantamento realizado pela ABRAPIA, em 2002, envolvendo 5875 estudantes de 5a a 8a séries, de onze escolas localizadas no município do Rio de Janeiro, revelou que 40,5% desses alunos admitiram ter estado diretamente envolvidos em atos de Bullying, naquele ano, sendo 16,9% alvos, 10,9% alvos/autores e 12,7% autores de Bullying.

Os meninos, com uma freqüência muito maior, estão mais envolvidos com o Bullying, tanto como autores quanto como alvos. Já entre as meninas, embora com menor freqüência, o BULLYING também ocorre e se caracteriza, principalmente, como prática de exclusão ou difamação
• Quais são as conseqüências do Bullying sobre o ambiente escolar?

Quando não há intervenções efetivas contra o BULLYING, o ambiente escolar torna-se totalmente contaminado. Todas as crianças, sem exceção, são afetadas negativamente, passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo. Alguns alunos, que testemunham as situações de BULLYING, quando percebem que o comportamento agressivo não trás nenhuma conseqüência a quem o pratica, poderão achar por bem adotá-lo.

Alguns dos casos citados na imprensa, como o ocorrido na cidade de Taiúva, interior de São Paulo, no início de 2003, nos quais um ou mais alunos entraram armados na escola, atirando contra quem estivesse a sua frente, retratavam reações de crianças vítimas de BULLYING. Merecem destaque algumas reflexões sobre isso:

- depois de muito sofrerem, esses alunos utilizaram a arma como instrumento de "superação” do poder que os subjugava.

- seus alvos, em praticamente todos os casos, não eram os alunos que os agrediam ou intimidavam. Quando resolveram reagir, o fizeram contra todos da escola, pois todos teriam se omitido e ignorado seus sentimentos e sofrimento.

As medidas adotadas pela escola para o controle do BULLYING, se bem aplicadas e envolvendo toda a comunidade escolar, contribuirão positivamente para a formação de uma cultura de não violência na sociedade.

 Quais são as conseqüências possíveis para os alvos?

As crianças que sofrem BULLYING, dependendo de suas características individuais e de suas relações com os meios em que vivem, em especial as famílias, poderão não superar, parcial ou totalmente, os traumas sofridos na escola. Poderão crescer com sentimentos negativos, especialmente com baixa auto-estima, tornando-se adultos com sérios problemas de relacionamento. Poderão assumir, também, um comportamento agressivo. Mais tarde poderão vir a sofrer ou a praticar o BULLYING no trabalho (Workplace BULLYING). Em casos extremos, alguns deles poderão tentar ou a cometer suic

• E para os autores?

Aqueles que praticam Bullying contra seus colega poderão levar para a vida adulta o mesmo comportamento anti-social, adotando atitudes agressivas no seio familiar (violência doméstica) ou no ambiente de trabalho.

Estudos realizados em diversos países já sinalizam para a possibilidade de que autores de Bullying na época da escola venham a se envolver, mais tarde, em atos de delinqüência ou criminosos



• E quanto às testemunhas?

As testemunhas também se vêem afetadas por esse ambiente de tensão, tornando-se inseguras e temerosas de que possam vir a se tornar as próximas vítimas.




ATENÇÃO!! O BULLYING É RUIM PARA TODOS!!




Para que pratica:
- Tem uma falsa sensação de poder;
- Pode prejudicar sua convivência com os colegas;
- Pode vir a adotar, no futuro, comportamentos delinqüentes;
- Pode tornar-se um adulto violento, inclusive com a família;
- Pode envolver-se em atos criminosos.


Para quem testemunha:
- Tem medo de vir a sofrer bullying;
- Sente-se intimidado, indefeso e inseguro;
- Sofre em silêncio;
- Não sabe como ajudar a quem sofre bullying;
- Sente medo de ir à escola;
- Fica ansioso;
- Seu aprendizado é prejudicado;
- Pode acreditar que seja bom praticar bullying.

Ê Para quem sofre:
- Sente-se humilhado;
- Sente-se intimidado;
- Seu aprendizado é prejudicado;
- Sofre intensamente;
- Não consegue buscar ajuda;
- Isola-se dos colegas;
- Pode ter reações violentas;
- Tem medo de ir à escola;
- Sofre em silêncio;
- Sua auto-estima fica abalada;
- Pode prejudicar a sua vida adulta;
- Sente dor;
- Pode tentar ou cometer suicídio.